Estas duas especialidades gastronómicas, que têm em comum a utilização do milho, são aproveitadas pela confraria para desenvolver “um amplo projeto de intervenção social” na comunidade.
O projeto partiu da consciência da “importância da valorização dos produtos locais enquanto ferramenta de desenvolvimento das comunidades rurais” e do papel que desempenham na “recuperação de hábitos e tradições, sejam elas gastronómicos, culturais e patrimoniais”.
Os carolos consistem em milho partido cozinhado juntamente com carnes de vinha de alhos e, no caso da especialidade de Canas de Santa Maria, “abafados com morcela de sangue”.
Já as papas de milho são farinha cozida em água, que ganham o nome de papas laberças quando lhes são acrescentados vegetais (nabiças ou couve galega) e um fio de azeite da região.
No seu 1.º Capítulo, a Confraria dos Carolos e Papas de Milho foi apadrinhada pelas Confrarias do Cabrito da Serra do Caramulo e do Bucho de Arganil.
À frente dos destinos da Confraria está Ana Bastos, Moleira-Mor (Presidente da Direcção), desempenhando João Carlos Figueiredo as funções de Feitor (Presidente da Assembleia Geral).
Ana Bastos, referiu que o seu projecto visa a "valorização social", afirmando ainda que se pretende enaltecer as especialidades gastronómicas da região.
Já José António de Jesus, no uso da palavra, afirmou que "a valorização do mundo rural ganha dimensão em produtos e em áreas que sejam rentáveis e que tenham valor económico. Com esta confraria poderá passar a existir uma nova valorização deste produto, novas dinâmicas culturais e gastronómicas, provavelmente, estamos também a criar condições para que pessoas se possam fixar no nosso território e valorizar este produto, apoiando-se na gastronomia como forma principal de atracão das pessoas".
O Vice presidente da Câmara referiu ainda que face à grave crise económica que o país atravessa é importante que “o mundo rural seja valorizado, sabendo escolher os produtos e as culturas locais, para assim serem uma mais-valia para a nossa região”.