O seminário teve início com a intervenção do Presidente do Município, que relembrou a estratégia após os incêndios de 2013 e que passaram no momento por avançar com intervenções como limpeza de linhas de águas e reabilitação de bermas, caminhos e estradas, que estão agora a ser concluídas e nas quais foram investidos cerca de 1,6 milhões de euros (do PRODER e do Fundo de Emergência Municipal).
“O momento presente obriga-nos agora a definir outro tipo de estratégias”, salientou ainda o Dr. José António Jesus que afirmou a intenção do Município em rever o PDM - Plano Diretor Municipal, olhando para este instrumento, não “só como um instrumento de planeamento urbanístico, mas também, e principalmente, como um instrumento de gestão dos recursos naturais, quer na relação com o espaço agrícola, quer com o espaço florestal".
"Entendemos que o PDM deve ter a capacidade de interagir com estas novas realidades, principalmente num tempo em que queremos revalorizar a floresta, o setor da agro-pastorícia e o da agricultura", sublinhou o autarca, assegurando também que o concelho pretende continuar a liderar "no setor da indústria", mas considerou que isso "não impede que não se possa olhar para estas novas dinâmicas", podendo o PDM "ajudar a regular a boa gestão dos solos".
Por fim, reforçou a determinação das políticas do Município na defesa da floresta e do ambiente, em termos latos, dando como exemplo a integração do Município de Tondela no consórcio ClimAdapt.Local, que em parceria com outras 25 autarquias nacionais e instituições universitárias irá construir a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, que tendo em conta o nosso território, também será uma ferramenta na definição de estratégias de preservação da floresta, combate à erosão e prevenção de fogos florestais.
Seguidamente, usou da palavra o Arquiteto Miguel Costa, do Gabinete Técnico Florestal do Município de Tondela que fez a apresentação das intervenções realizadas nas áreas ardidas durante o grande incêndio do Caramulo em 2013, no âmbito do PRODER, nomeadamente no tratamento de encostas, linhas de água e caminhos.
O segundo painel esteve a cargo de Jacob Keizer, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, da Universidade de Aveiro, que apresentou o projeto “RECARE” (Promoção e Mitigação dos Efeitos de Erosão no Solo), Medidas para o pós-incêndio – Prevenir e Remediar ameaças ao solo e Medidas de Estabilização de Emergência pós-fogo e a sua avaliação científica em Portugal.
O terceiro painel, da responsabilidade do Engº António Borges, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, abordou as medidas fitossanitárias preventivas, nos seus múltiplos aspetos de prevenção e preservação das florestas.
O seminário terminou com a assinatura dos protocolos de colaboração com as entidades que irão apadrinhar uma das áreas florestadas na Serra do Caramulo – os agora denominados “Padrinhos da Floresta”, e cujo objetivo principal é promover a sustentabilidade da plantação realizada, procurando-se desta forma robustecer a afetividade criada pelos grupos de voluntários às áreas ardidas, promovendo-se uma ligação com as mesmas através do apadrinhamento.
Neste contexto, o Município, as Juntas de Freguesias de Guardão e Santiago de Besteiros e a Fresenius / Kabi, os Agrupamentos de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro e Cândido de Figueiredo, a Escola Profissional de Tondela, a ASPEA - Associação Portuguesa de Educação Ambiental, o CEIS Caramulo, o Movimento Cívico para a Reflorestação do Caramulo, a Confraria Gastronómica do Cabrito e da Serra do Caramulo e o Rotary Club de Tondela assinaram os respetivos protocolos de apadrinhamento das áreas florestadas.