A estação é composta por seis painéis de fratura, integrados numa plataforma de xisto acinzentado, constituindo uma área total de 500m2. Geologicamente é uma área predominantemente de xistos e grauvaques, geralmente metamorfizados, pertencentes ao complexo xisto-grauváquico ante-ordovícico e series metamórficas derivadas.
PAINEL 1
É painel mais importante, estando densamente gravado com centenas de traços obtidos por abrasão, a técnica dominante, incisão e picotagem, esta a técnica menos frequente, na sua maioria pertencentes à Segunda Idade do Ferro (2.ª metade do 1.º milénio a.C.). As inscrições albafetiformes são já de épocas mais recentes. As gravuras da Idade do ferro representam armas metálicas, nomeadamente pontas de lanças (e mesmo lanças completas), falcatas e facas afalcatadas, punhais, pontas de seta e algumas foices (armas ou instrumentos agrícolas?), ao lado de formas geométricas e abstratas e alguns raros podomorfos (plantas de pés humanos). Há igualmente muitos traços não figurativos.
PAINEL 2
Sector com um lote de gravuras incisas, na sua maioria não figurativas, mas onde surgem algumas lâminas afalcatadas e diversas formas geométricas e abstratas, nomeadamente linhas ziguezagueantes. Uma hipotética representação solar (um ponto central raiado) e um ramiforme, composto por linhas semicirculares concêntricas a partir de um eixo central, um motivo idêntico a outro do painel 1, completam este repertório figurativo.
PAINEL 3
À direita, destaca-se um conjunto de linhas em ziguezague que se alongam quase paralelas, formando uma pequena composição de significado desconhecido. À esquerda, uma forma reticulada domina um pequeno conjunto de traços incisos sem forma definida, ao lado de três sulcos lineares obtidos por abrasão.
PAINEL 4
Gravuras de época muito recente, presumivelmente realizados nos anos 70 do século passado. O animal, ausente da fase antiga desta rocha, é uma representação de um caprino, sendo sobreposto por uma lança e encimado por uma foice, motivos talvez copiando formas mais arcaicas da 2a Idade do Ferro, abundantemente presentes nesta rocha.
PAINEL 5
Composição com armas metálicas, obtidas pela justaposição de três lâminas de punhais ou pontas de lança, executadas por abrasão, num dos casos com o interior da lâmina preenchido por picotagem. As três lâminas dispõem-se paralelamente em semicírculo, com as pontas convergentes num vértice, formando um conjunto único em Molelinhos, que a população local conhece como “Velas de Moinho”. É umas das composições que mais parece apontar para um possível culto das armas na Idade do Ferro, conferindo a este conjunto de Molelinhos uma inegável originalidade no conjunto da arte rupestre proto-histórica em território português. Pelo painel distribuem-se ainda alguns traços incisos não figurativos.
PAINEL 6
Pequeno painel periférico, com um conjunto de traços incisos não figurativos, como muitas das restantes gravuras de Molelinhos. Como aqui, é comum em muitos dos sítios rupestres da Idade do Ferro peninsular a presença de traços que não representam formas definidas, mas cuja intencionalidade é evidente. Desconhece-se o seu significado.