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08 Jul. 2008

Pelouro da Cultura e Liga dos Amigos do Museu em grande ambiente cultural

Realizou-se no passado sábado, dia 5 de Julho, o IV Encontro Convívio da Liga dos Amigos do Museu Terras de Besteiros. Com uma programação muito variada, para todos os gostos de público amante da cultura, o encontro realizou-se este ano na freguesia de Vilar de Besteiros. Pretendendo aliar o convívio de uma bela tarde de Verão, com os propósitos mais nobres de existência humana, o programa cultural iniciou-se com uma visita a um monumento arqueológico.

Classificado como Imóvel de Interesse Municipal, o “Lagar do Fial” ou “Lagareta” como é localmente mais conhecido, corresponde a uma estrutura aberta na rocha granítica, em tempo indeterminado. Apesar do seu destino ser claramente industrial, apenas a condução de investigações arqueológicas de maior profundidade poderão determinar em definitivo, a natureza dos produtos que seriam transformados no sítio. Numa zona com forte pendor para a plantação da vinha, não é de excluir a hipótese de ser um lagar de transformação da uva no precioso néctar de Baco. A introdução ao monumento, sua contextualização em termos geográficos, apresentação de estudos relativos a estruturas semelhantes na Região Centro, e em especial na Beira Alta, assim como um conjunto de considerações de carácter histórico, esteve a cargo do Chefe de Divisão da Cultura do Município. De seguida, os participantes no passeio cultural, deslocaram-se ao centro religioso da freguesia. Aí, visitaram a Igreja Matriz, de São João Baptista e a Capela de Nossa Senhora das Necessidades. Dentro do magnífico templo, os membros da Liga e todos os que se juntavam à visita, quer primeiro na “Lagar”, quer agora na igreja, acompanharam com muita atenção as explicações dadas pela técnica de Conservação e Restauro do Museu Terras de Besteiros, Lurdes Pinto. Profunda conhecedora da arte da talha, que é a sua especialidade, a todos encantou com as explicações pormenorizadas, mas não enfadonhas, do retábulo deste templo, considerado o mais formoso exemplar, no concelho, pertencente ao estilo do Barroco Nacional. Todo o conjunto de explicações dadas sobre a construção de um retábulo de talha barroca, assim como a sequência de artesãos que tomam parte no processo, foram atentamente seguidas por todos os participantes, que reconheceram estar o Município e o Museu, devidamente apetrechado de técnicos competentes na área. Uma mais valia. Pelas 17.00 horas, o autocarro que transportava os membros da Liga chegou à Aldeia de Vilar de Besteiros, concretamente ao Solar ou Casa de Vilar. Aqui, estavam presentes dezenas de convidados para a cerimónia de lançamento de publicações do Município de Tondela, que, naturalmente, se quiseram associar às explicações sobre a arquitectura da fachada do Solar. Mais uma vez da responsabilidade da técnica de Conservação do Museu. Solar de construção do século XVIII, a sua estrutura arquitectónica, torna-a uma das mais belas casas da região. A decoração de exterior foi influenciada pelo estilo Barroco. De salientar, a majestosa escadaria de quatro lanços, que completa esta imensa frontaria. No interior da casa as explicações do imóvel, classificado como Imóvel de Interesse Público, foram dadas pela actual proprietária, Dra. Maria Parreira do Amaral. Os participantes foram visitando os diversos aposentos da casa, até descerem ao piso térreo, onde lhes foi oferecido a mais recente publicação de índole cultural do Município, Dom Jaime, Cadernos de Cultura nº 6. Foram igualmente presenteados com mais um número, o oitavo, do Boletim da Liga de Amigos do Museu Terras de Besteiros. Dentro do horário previsível, numa bela tarde de verão e rodeados de um magnífico ambiente de jardins envolvendo o solar, deu-se início à cerimónia. Perante uma audiência de cerca de 110 pessoas, membros da Liga, povo anónimo da freguesia e convidados à cerimónia, a mesa de honra era constituída pelo S. Vice-Presidente e Vereador do Pelouro da Cultura e Educação, Dr. José António Gomes de Jesus, pelo Presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Besteiros, José Carlos Coimbra, o representante da Casa do Concelho de Tondela em Lisboa, Comendador Luís Elso Marques, o Director do Centro de Estudos Tomás Ribeiro, José Valle de Figueiredo, o padre da paróquia, José Cardoso de Almeida, Filipa Gouveia, da Liga de Amigos do Museu e por Ana Calçada, filha de Aurélio Soares Calçada. Usou da Palavra o Sr. Vereador da Cultura e Educação do Município, Dr. José António de Jesus, para, em primeiro lugar, saudar todos quantos ali se encontravam: Membros da Liga, a desfrutarem do seu programa cultural, habitantes da freguesia, que tiveram a oportunidade de conhecerem mais de perto um imóvel que é o grande cartão de visita da sua freguesia, membros de Juntas de Freguesia e outras autoridades civis e religiosas. A cerimónia não era para menos. Tratava-se do lançamento de mais um número, o sexto, do Dom Jaime, Cadernos de Cultura. Uma publicação que já é uma referência incontornável para o conhecimento e aprofundamento da história do Concelho. Também para dar seguimento para o ano de 2008, ao prémio que homenageia um homem que, não sendo natural do Concelho, abraçou com toda a energia, os propósitos de elevar o nome de Tondela, do Concelho e das suas gentes: Aurélio Soares Calçada. Para, igualmente, se associar ao lançamento do Boletim nº 8 da Liga de Amigos, publicação que tem o apoio do Pelouro da Cultura do Município. Salientou na sua alocução, o projecto museológico concelhio em curso, um equipamento cultural de importância estratégica para o Concelho. Um projecto com visão de futuro, com grandes implicações a nível cultural, social, económico e turístico. E porque de Cultura e Património se tratava, terminou a sua intervenção dando conhecimento à vasta audiência ali presente, de um acto merecedor do maior respeito. Um exemplo digno de cidadania ao serviço da cultura e do Concelho: a oferta, por parte do Sr. Sérgio Caetano da Cruz Ferreira, comerciante de Tondela, ao Arquivo Histórico do Município, de uma edição impressa do Compromisso da Irmandade da Nossa Senhora do Carmo, uma edição de 1724. Seguiu-se a intervenção de José Valle de Figueiredo, na qualidade de Director do Centro de Estudos Tomaz Ribeiro. Felicitou em primeiro lugar o Município, o seu Presidente e Vice-Presidente, pela coragem em apostar, ano após ano, na publicação dos Cadernos de Cultura. Acima de tudo, uma homenagem ao patrono da revista, Tomaz Ribeiro, homem de letras e político, que sempre soube pôr Tondela na rota do progresso e do desenvolvimento. E o desenvolvimento na segunda metade do século XIX, chamou-se caminhos-de-ferro. Estávamos em 1890. De seguida interveio Filipa Gouveia, pela Liga de Amigos do Museu. No lançamento de mais um número, o oitavo. E uma certeza: membros activos e colaboradores, sempre farão da Associação e da sua publicação, um veículo de transmissão das descobertas patrimoniais concelhias, das actividades dos Serviços Educativos do Museu, da redescoberta dos encantos da natureza e suas relações com a cultura e o bem-estar, enfim, com todas as actividades que promovam os traços essenciais da cultura beirã, e em particular, das Terras de Besteiros. De seguida, usou da palavra, uma das filhas de Aurélio Soares Calçada: Ana Calçada. Em representação da família, agradeceu às instituições ali presentes, Município, Junta de Freguesia de Tondela, o apoio para a iniciativa que um dia pensaram pôr em marcha: um prémio, em nome do seu progenitor e que representasse um estímulo para todos aqueles que investigam e dão a conhecer a história, os usos e costumes de uma região e de um concelho em franco desenvolvimento. E hoje em dia, família, laços à terra mãe, património, como aquele que nos estava acolhendo tão generosamente, são cada vez mais sinónimos de desenvolvimento e bem-estar. A terminar, a intervenção do anfitrião: José Carlos Coimbra, Presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Besteiros. O autarca, agradeceu a presença dos inúmeros convidados que rumaram este ano a Vilar, quer através do Encontro Convívio da Liga de Amigos, quer para as cerimónias culturais que se estavam a realizar no Solar, procurando transmitir o empenho da Junta de Freguesia a que preside para a preservação e divulgação do rico património cultural existente, dando a conhecer, cada vez mais a freguesia, aos turistas que a ela afluem. Seguiu-se um lanche convívio, muito participado. E a certeza de uma tarde cultural que a todos fará recordar. Divisão de Cultura Museu Municipal de Tondela

 

 

 

 

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