O pedido tinha sido apresentado pela Câmara Municipal em 2021 e logo nesse ano recebeu parecer positivo do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) e da Comissão Consultiva para a Certificação de Produções Artesanais Tradicionais.

O presidente do Conselho Diretivo do IEFP, Domingos Ferreira Lopes, veio agora aprovar a inclusão da produção tradicional Louça Preta de Molelos no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas, sendo titular do registo, enquanto entidade promotora, a Câmara Municipal de Tondela. Essa aprovação data do dia 19 de fevereiro e a sua publicação foi feita em Diário da República (DR), no dia 12 de março.

O despacho assinala que “Molelos é um dos já raros núcleos de produção de louça preta, provavelmente aquele que ainda demonstra maior vitalidade na atualidade”.

“Embora só existam cinco olarias na atualidade, a sua dinâmica e vitalidade fazem com que Molelos seja o principal centro produtor de louça preta em todo o País”, refere, salientando que a localidade é um “centro de tradição oleira importante e muito antigo, cujas primeiras referências escritas à existência de oleiros datam do século XVI”.
O Município de Tondela não tem dúvidas de que a inclusão da produção tradicional Louça Preta de Molelos no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas trará mais-valias quer do ponto de vista da qualidade, como do saber fazer, da importância da originalidade e da preservação dessa mesma originalidade.

O barro negro, recorde-se, foi também alvo, o ano passado, de uma candidatura apresentada pela Câmara Municipal ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e que ainda aguarda resposta.

A classificação como património imaterial será o corolário de toda uma aposta do município nesta nobre atividade de olaria e uma homenagem a todos os nossos oleiros, sendo certo que esta certificação publicada em DR é mais do que merecida também pela expressão de Molelos enquanto maior comunidade de olaria negra do país.